Por Celso Alonso
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BELÉM DO PARÁ - Um crime de extrema crueldade chocou os moradores de Belém, no Pará, na tarde desta segunda-feira (27). O corpo do menino Paulo Guilherme Guerra, de apenas 6 anos, foi encontrado dentro de uma mala, em frente ao Cemitério São Jorge, no bairro da Marambaia.
De acordo com as informações, a criança estava desaparecida desde a noite de domingo (26), quando foi vista brincando de futebol na Passagem Curuzu, onde morava com a família.
O corpo foi descoberto por um homem que passava pelo local e desconfiou da mala deixada na calçada. Ao abrir o objeto, ele se deparou com a criança sem vida e acionou imediatamente o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar. Familiares foram chamados e reconheceram o corpo ainda no local, em uma cena marcada por desespero e forte comoção.
Segundo a Polícia Científica do Pará, o corpo não apresentava lesões externas visíveis, nem marcas de tiro ou estrangulamento. Contudo, o perito criminal informou que havia indícios de asfixia mecânica, hipótese que será confirmada ou descartada após o exame necroscópico.
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Dentro da mala, os peritos encontraram uma luva de boxe e uma farda escolar, objetos que, segundo familiares, não pertenciam à vítima. Todo o material foi recolhido para análise pericial e exame genético.
O caso vem sendo tratado com prioridade máxima pelas autoridades. A Divisão de Homicídios do Pará instaurou inquérito para apurar as circunstâncias do crime e busca identificar o autor ou autores do homicídio. Até o momento, ninguém foi preso, e a motivação segue desconhecida.
Moradores da região realizaram vigílias e orações em frente ao local onde a mala foi encontrada. A comoção tomou conta das redes sociais, com centenas de mensagens de indignação e pedidos de justiça.
“É impossível entender tamanha crueldade com uma criança. A cidade está em choque”, relatou uma moradora do bairro, que preferiu não se identificar.
Horas após a descoberta do corpo do menino, o caso ganhou um novo e trágico desdobramento. George Hamilton dos Santos Gonçalves, apontado como principal suspeito do crime, foi encontrado morto a pauladas e pedradas na noite de segunda-feira (27). Morador da mesma região, George trabalhava como reciclador e, segundo testemunhas, havia sido visto empurrando um carrinho de mão com uma mala preta, semelhante à que continha o corpo da criança. A Polícia Civil investiga as circunstâncias da morte do suspeito e apura se ele foi vítima de linchamento promovido por moradores revoltados com o assassinato do menino.
A Polícia Civil instaurou um inquérito para investigar o caso, que é tratado como homicídio com requintes de crueldade. Até o momento, ninguém foi oficialmente preso, e as autoridades seguem colhendo depoimentos e analisando provas periciais para esclarecer todos os detalhes do crime.
O laudo do Instituto Médico Legal (IML) deverá ser concluído nos próximos dias e será decisivo para determinar a causa da morte. A investigação também busca apurar se o crime foi cometido em outro local e se houve tentativa de ocultação do corpo.
Enquanto as autoridades tentam desvendar o crime, Belém vive dias de luto e indignação, diante de mais um episódio de violência que atinge de forma brutal a infância.
Em nota, a Polícia Civil do Pará informou que equipes da Divisão de Homicídios e da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) estão à frente das investigações e que todas as medidas cabíveis estão sendo adotadas para elucidar o caso. O órgão destacou ainda que “nenhum ato de justiça pelas próprias mãos será tolerado” e que a morte do principal suspeito também será apurada com rigor.
O Governo do Estado do Pará lamentou a tragédia e afirmou que acompanha as investigações, prestando apoio às forças de segurança envolvidas. Já o Conselho Tutelar da região da Marambaia informou que acompanha a família da vítima e está oferecendo assistência psicológica e social aos parentes do menino.
